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Projeto de investigadora maiata recruta grávidas para estudo relacionado com doenças cardiovasculares

Escrito por em Junho 2, 2020

Ana Filipa Ferreira é uma jovem maiata a dar passos importantes na investigação na área da Saúde. Com 26 anos, esta maiata licenciada em Cardiopneumolgia, em 2015, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, está a desenvolver um projeto de investigação sobre “Remodelagem Cardíaca Perinatal (PERIMYR) – Remodelagem cardíaca e “recuperação”, sob orientação da Professora Doutora Inês Falcão-Pires.

O projeto tem aberto o recrutamento de interessadas em participar no estudo, podendo fazer a inscrição online através do formulário em https://forms.gle/idkpfvDoyGeu1zTd8.

Em 2017, Ana Ferreira completou o Mestrado em Fisiopatologia Cardiovascular (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto).

Desde essa altura, encontra-se a completar o Doutoramento em Ciências Cardiovasculares pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto). Desde 2015 que Ana Ferreira, colabora no grupo de investigação clínica no Departamento de Cirurgia e Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

E assim, em janeiro de 2019, foi-lhe atribuída uma bolsa de doutoramento pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia para o desenvolvimento do seu projeto de doutoramento, intitulado Remodelagem Cardíaca Perinatal (PERIMYR) – Remodelagem cardíaca e “recuperação” na gravidez como modelo de compreensão dos mecanismos das doenças cardiovasculares.

Ana Filipa Ferreira

O projeto insere-se ainda Prémio Maratona da Saúde 2017: Investigação em Doenças Cardiovasculares. De acordo com Ana Ferreira, o projeto encontra-se em desenvolvimento no Departamento da Cirurgia e Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em parceria com os serviços de obstetrícia e cardiologia do Centro Hospitalar Universitário São João, desde março do ano passado.

A jovem maiata explicou ao Primeira Mão o contexto de Saúde que envolve o seu projeto: “durante a gravidez, a mulher é sujeita a um aumento do volume de sangue que decorre naturalmente das necessidades do feto em desenvolvimento. Esta sobrecarga de volume também está presente em contextos de doença cardiovascular. Por tal facto, acreditamos que ao estudar as adaptações cardiovasculares fisiológicas durante e após a gravidez, conseguiremos perceber melhor os mecanismos presentes nas doenças cardiovasculares. Adicionalmente pretendemos compreender melhor qual o impacto de determinados fatores de risco cardiovascular, tais como hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade, neste processo adaptativo”.

Além de importante para o seu percurso académico, o estudo também poderá dar contributos à medicina: “a participação neste projeto proporcionará um melhor acompanhamento da saúde da grávida e futura mãe, não se encontrando quaisquer riscos associados. Os exames realizados serão revistos por uma equipa médica multidisciplinar (constituída por um médico de ginecologia e obstetrícia e um médico cardiologista), que integram a equipa de investigadores. Por tal fato, na presença de alterações potencialmente patológicas, a participante será imediatamente notificada e devidamente encaminhada para a especialidade médica, ao nível hospitalar.  

Adicionalmente, acreditamos que a grávida poderá funcionar como um bom modelo para se conhecer melhor a patologia e abrir caminho a novas formas de a tratar, “recuperando” o coração insuficiente, no contexto de insuficiência cardíaca”.

Em paralelo com este estudo, as participantes poderão colaborar com uma equipa de investigação da U.Porto, coordenada pela Professora Dra. Benedita Sampaio Maia, que pretende estudar os fatores que influenciam a aquisição dos microrganismos orais da criança durante o primeiro ano de vida (projeto designado OralBioBorn). 

Deste modo, “além de uma avaliação cardiovascular, as grávidas poderão também usufruir de uma avaliação oral gratuita, focada na quantificação de índice de placa bacteriana, sondagem periodontal e índice das superfícies dentárias cariadas, perdidas e obturadas”, esclareceu ainda Ana Ferreira. 

Para os dois projetos a inscrição de grávidas interessadas pode ser feita através do formulário online em https://forms.gle/idkpfvDoyGeu1zTd8.

Breve resumo do projeto de investigação PERIMYR:

Projeto Remodelagem Cardíaca Perinatal (PERIMYR) – Remodelagem cardíaca e “recuperação” na gravidez como modelo de compreensão dos mecanismos das doenças cardiovasculares.
 
Durante a gravidez, a mulher é sujeita a um aumento do volume de sangue que decorre naturalmente das necessidades do feto em desenvolvimento. Esta sobrecarga de volume também está presente em contextos de doença cardiovascular. Por tal facto, acreditamos que ao estudar as adaptações cardiovasculares fisiológicas durante e após a gravidez, conseguiremos perceber melhor os mecanismos presentes nas doenças cardiovasculares.

O objetivo deste estudo é analisar as adaptações cardiovasculares durante a gravidez, subjacente ao desenvolvimento do feto, bem como a sua recuperação após o parto. Adicionalmente pretendemos compreender melhor qual o impacto de determinados fatores de risco cardiovascular, tais como hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade, neste processo adaptativo.

O presente estudo prevê a realização de exames complementares de diagnóstico não invasivos, no primeiro e terceiro trimestre da gravidez, e após 6 semanas, 4 a 6 meses e 1 ano do parto, para avaliação dos vasos sanguíneos (nomeadamente através do EndoPat e velocidade de onda de pulso) e coração, através de um ecocardiograma transtorácico. incluindo, também, colheita de sangue e urina.

Os exames referenciados anteriormente serão efetuados por profissionais de saúde, devidamente certificados e treinados para a função, e em ambiente adequado, no Departamento de Cirurgia e Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, não causando qualquer risco para a saúde da participante e do bebé.

Deste modo, a participação neste estudo permitirá um melhor acompanhamento da saúde da grávida e futura mãe, podendo esta informação ser transmitida ao seu médico obstetra no Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), e/ou médico de medicina geral e familiar.

Este estudo é de participação voluntária, sendo garantida a confidencialidade e privacidade dos participantes. Em qualquer momento é possível desistir da participação no estudo sem que isso traga qualquer consequência para o participante.
O estudo mereceu parecer favorável da comissão de ética para a saúde do CHUSJ.    
 

 


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