Acusado de matar ex-namorada em Matosinhos diz ter tido “uma branca” sobre o crime
Escrito por Administrador em Janeiro 9, 2025
O homem acusado de atropelar e matar a ex-namorada em junho, em Matosinhos, admitiu ontem em tribunal que só se lembra de direcionar o carro na direção dela e que, a partir daí, teve “uma branca”.
“A única memória que tenho é de ir [com o carro] na direção dela [ex-namorada] e, a partir daí, não me lembro de mais nada”, afirmou o arguido, de 43 anos, perante o coletivo de juízes do Tribunal de Matosinhos.
O alegado homicida estava em liberdade condicional depois de ter sido condenado por ter matado uma outra ex-namorada com uma faca.
Teve uma relação atribulada de dois anos com a vítima de Matosinhos, uma mulher de 37 anos que o bloqueou nas redes sociais e informou-o por mensagem que não queria mais contactos.
O arguido contou que, depois percebeu que ela tinha um novo namorado com quem já vivia. Explicou que, no dia do crime, a 6 de junho, foi de carro até casa dela e, quando a viu sair, buzinou-lhe para a chamar e conversar, mas ela seguiu em passo acelerado.
“Desnorteado decidi ir atrás dela de carro e senti uma grande raiva por ela me estar a ignorar”, afirmou, acrescentando que direcionou o carro na direção da ex-namorada e que, a partir daí, não se lembra de mais nada, alegando ter tido “uma branca”.
Questionado pelo coletivo de juízes se a queria matar, o arguido respondeu dizendo que lhe queria fazer mal e que, depois, pretendia suicidar-se.
A acusação frisou que a 6 de junho, o arguido, que está em prisão preventiva, deslocou-se no seu carro até ao local de trabalho da ex-companheira, em Matosinhos, esperou que saísse e começasse a caminhar pelo passeio. A mulher estava a caminhar quando este “acelerou fortemente”, subiu o passeio e embateu com o carro contra ela, projetando-a para a estrada.
“De seguida, por sete vezes (em manobras de avanços e recuos) o arguido passou com os rodados do veículo por cima do corpo da vítima, com especial incidência na zona da cabeça, provocando-lhe a morte”, descreveu a acusação.
Contudo, acrescentou o Ministério Público, ao ser surpreendido por um popular que acorreu em socorro da mulher, o arguido decidiu prosseguir a marcha, invadir a faixa de circulação contrária e ir contra aquele, só não o atingindo porque conseguiu saltar para o meio de dois carros estacionados.
Tendo a defesa pedido a realização de uma perícia psiquiátrica no Instituto de Medicina Legal (IML), o alegado homicida terminou o depoimento dizendo que estava muito arrependido do que fez tendo, por causa disso, de tomar vários ansiolíticos.
Os pais da vítima mortal pedem uma indemnização de 400 mil euros.
(Foto no Artigo de: A Santos)