Novo concurso para concessionar Forte de S. João em Vila do Conde

A Câmara de Vila do Conde vai voltar a abrir concurso para a concessão do Forte de S. João Batista. A presidente, Elisa Ferraz, reconhece “as fragilidades” do primeiro concurso, que, em maio, dava a vitória ao grupo Eskada e ameaçava voltar a transformar o histórico edifício numa discoteca ao ar livre, algo que a autarquia preferia evitar.

Sobre o primeiro concurso, a presidente admitiu que “nos moldes em que trouxemos pela primeira vez, havia fragilidade” e o concurso acabou anulado. Agora, “limadas muitas arestas”, há uma nova proposta.

A ideia é que o Forte, edifício do século XVII, volte a ser uma unidade hoteleira, restaurante e estabelecimento de bebidas. O preço base é de 2.040 mil euros (1,5 milhões de investimento direto e 540 mil euros de rendas – um mínimo três mil euros mensais). O imóvel deve permitir visitas ao público, receber eventos que envolvam associações/instituições locais e funcionar o ano inteiro.

Elisa Ferraz diz que é preciso encontrar um equilíbrio entre a valorização do património com um projeto viável, sob pena de se ter “um edifício abandonado”, e lembra que, com oito quartos, a vertente hoteleira “não é, por si só, rentável”. Quanto às obras, lembra que o Forte “precisa de uma intervenção de fundo”.

Quase abandonada durante todo o século XX, a fortaleza, mesmo em cima da praia, abriu portas como hotel de charme a 1 de julho em 2000, mas pouco tempo depois transformou-se numa discoteca ao ar livre, a funcionar só no verão. Ainda assim, foi alvo de inúmeras queixas por parte da população que vive nas redondezas. A concessão, inúmeras vezes renovada, terminou em maio.

Em fevereiro, a Câmara abriu novo concurso. Em maio, entre cinco propostas, o júri sugeria a entrega da concessão ao grupo Eskada, detentor de discotecas em Vizela, Porto, Freamunde e Felgueiras. Receando o mesmo fim para o espaço, a Câmara Municipal de Vila do Conde decidiu anular o concurso.