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Situação “absolutamente insustentável” nos cuidados de saúde dizem os Médicos Saúde Pública

Escrito por em Janeiro 17, 2021

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, considerou este sábado “absolutamente insustentável” a situação vivida atualmente em Portugal na prestação de cuidados de saúde no âmbito da pandemia da covid-19.

“É absolutamente insustentável o que se está a passar na prestação de cuidados, é uma situação dramática. Acho que é essa a descrição possível”, afirmou o médico em declarações à agência Lusa, lembrando que, “infelizmente os alertas dos hospitais e de todos os envolvidos não são de agora, [já vêm] até [de] antes do Natal”.

No dia em que Portugal contabilizou dois novos recordes diários relacionados com a pandemia de covid-19 – 166 mortes e 10.947 novos casos de infeção com o novo coronavírus, em 24 horas – alguns hospitais alertaram estarem em rutura.

O Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, apresentava hoje um total de 169 doentes com covid-19 internados, dos quais 18 em cuidados intensivos, com a unidade hospitalar a admitir um “cenário de pré-catástrofe”, caso a situação se mantenha.

O diretor do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), Daniel Ferro, disse que o hospital de Santa Maria está em “sobre esforço” e que a adaptação aos picos de atendimento “tem limites”, estando a trabalhar além da capacidade instalada.

Para o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, “não é surpreendente que haja de facto pressão”.

“O que acontece é que estamos a atingir um nível insustentável e isso tem muito que ver com aquilo que foi acontecendo”, afirmou.

Embora o país esteja no início de um novo confinamento, “a realidade é que na prática, olhando para a rua e vendo o que se vai passando, há de facto uma grande mobilização das pessoas na rua, etc.” e “acaba por ser difícil combater a pandemia com esta situação”, considerou.


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