DGS diz que só 9 das 15 mortes no surto do Grande Porto foram por ‘legionella’
Escrito por admin em Fevereiro 18, 2021
A diretora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, revelou ontem que, das 15 mortes associadas ao surto de ‘legionella’ que no final de 2020 atingiu a região do Grande Porto, só nove foram diretamente atribuídas à doença.
No Parlamento, Graça Freitas afirmou que dos “15 óbitos considerados [no surto], algumas vítimas tinham outras comorbilidades associadas, nomeadamente covid-19, em dois dos casos”.
“Quando se codificou as causas das mortes, foram considerados 88 casos e 9 mortes óbitos atribuíveis à ‘legionella’. Duas mortes foram atribuídas à infeção por SARS Cov2 e as outras a patologias graves avançadas em doentes também com idade avançada”, esclareceu.
A responsável falava numa audição na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, no Parlamento, requerida pelo grupo parlamentar do PSD, onde se tentou apurar as causas, procedimentos inspetivos e eventuais responsabilidades do surto.
“Fomos formalmente informados do surto no dia 05 de novembro, e a partir desse momento colaboramos dentro do que é nosso mandato. Há uma hierarquia que tem de ser respeitada, cumprimos o nosso papel, em articulação com as entidades da região norte”, completou Graça Freitas.
O primeiro caso deste surto de ‘legionnella’, que afetou os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, foi detetado no final de outubro do ano passado.
A sucessão de casos, nos dias seguintes, levou as autoridades de saúde a fazerem análises nas redes de distribuição públicas de água e também em empresas com torres de refrigeração dos concelhos.
O Ministério Público (MP) determinou a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto.
A 13 de janeiro, em audição parlamentar, a Administração Regional de Saúde de Norte (ARS-N) deu por extinto o surto, atualizando em 88 casos e 15 mortos o balanço final da ocorrência.