Extinto surto de legionnella que afetou Vila do Conde e Póvoa de Varzim
Escrito por admin em Janeiro 14, 2021
A Administração Regional de Saúde de Norte (ARS-N) deu por extinto o surto de ‘legionnella’ que atingiu a região de Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Matosinhos e que resultou em 88 casos e 15 mortos.
A origem concreta está por identificar.
A informação foi prestada por responsáveis da ARS-N, durante uma audiência na Comissão de Saúde da Assembleia da República, requerida pelo PCP, onde foi divulgado que, até ao momento, não foi estabelecido o foco concreto da origem do surto.
“Estabelecemos uma relação entre o encerramento das torres de refrigeração de algumas indústrias da região e o fim do surto. Mas, infelizmente não podemos ainda fazer um nexo de causalidade entre nenhuma das torres em concreto como fonte de infeção”, disse Rui Capucho, médico do Departamento Saúde Pública da ARS-N.
O responsável partilhou que nas várias análises feitas em torres de refrigeração, nos concelhos de Matosinhos ,Vila do Conde e Póvoa de Varzim, “foi detetado, através de testes PCR, a existência da bactéria”, nomeadamente na empresa de laticínios Longa Vida, em Matosinhos.
O clínico garantiu que todas as informações sobre este surto já se encontram num relatório provisório do incidente, garantindo que ARS-N continua em articulação com outras entidades, nomeadamente o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, para apurar mais dados.
Sobre os motivos para tão significativa taxa de mortalidade neste surto de ‘legionnella’, Rui Capucho considerou estar relacionada com a elevada faixa etária dos infetados.
“A média de idades dos 88 casos foi de 74 anos, sendo que os 15 óbitos ocorreram numa faixa etária entre os 74 e os 92 anos. Registamos, ainda, que em 11 casos houve também uma coinfecção de covid-19”, disse o responsável.
A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘Legionella Pneumophila’, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.