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Mais de 80% das trabalhadoras estão expostas a riscos para a saúde e 7,8% têm doenças profissionais

Escrito por em Fevereiro 8, 2021

De acordo com um estudo promovido pela Comissão para a Igualdade da CGTP, no primeiro trimestre de 2020, mais de 80% do total das trabalhadoras estavam expostas, no seu local de trabalho, a fatores que podem afetar a saúde física. Uma percentagem que cresceu quase nove pontos percentuais face a 2013.

Os movimentos repetitivos da mão e do braço foram o fator de risco físico mais frequentemente referido pelas mulheres (74% do total), seguindo-se a exposição a atividades que exigem concentração visual intensa (57%), a posições cansativas ou dolorosas (56%), ao ruído (cerca de 30%), ao manuseamento de cargas pesadas (28%), a escorregões, tropeções e quedas (27%), a exposição a produtos químicos, poeiras, vapores, fumos ou gases (26%).

Segundo a análise, elaborada pelo Gabinete de Estudos da CGTP, com base em dados do INE, no mesmo trimestre de 2020, cerca de 1.280 mil mulheres trabalhadoras estavam expostas a fatores de risco para a saúde mental no seu local de trabalho, correspondendo a cerca de 55% do total das trabalhadoras, tendo aumentado 19 pontos percentuais face a 2013.

Estes fatores afetam mais frequentemente os grupos etários dos 35 aos 54 anos.

A forte pressão de prazos ou sobrecarga de trabalho foi o fator de risco mental mais frequentemente referido pelas mulheres trabalhadoras (45% do total), seguindo-se o contacto com pessoas problemáticas, mas não violentas, nomeadamente clientes, pacientes, alunos (40% das trabalhadoras).

Segundo a CGTP, ao contrário do que acontece em relação aos acidentes de trabalho, as doenças profissionais são mais frequentes entre as mulheres do que entre os homens, sobretudo a partir dos 55 anos de idade.

Os problemas ósseos, articulares ou musculares foram identificados como os mais graves por 59% das mulheres trabalhadoras com problemas de saúde relacionado com o trabalho, seguindo-se o stresse, a depressão ou ansiedade (23%).

Face aos dados analisados, a Intersindical concluiu que “a intensificação dos ritmos de trabalho e as deficientes condições de trabalho, a par de uma cada vez maior flexibilização e precarização do emprego, estão forte e intrinsecamente ligadas às doenças profissionais, que afetam maioritariamente as mulheres trabalhadoras, com predominância de lesões músculo-esqueléticas”.

O estudo da Inter salientou também que o stresse laboral se torna “cada vez mais frequente em muitos locais de trabalho, cujas causas mais comuns estão relacionadas com a precariedade e a insegurança laboral, as jornadas longas, a carga de trabalho excessiva e o insuficiente número de trabalhadores”.

A CGTP considerou ainda que os riscos psicossociais decorrentes destes problemas “são mais complexos do que os riscos habituais de segurança e saúde no trabalho” e lembrou que “muitas das doenças que deles derivam ainda não estão reconhecidas oficialmente como doenças profissionais”.

Tendo em conta o resultado da análise feita, a Comissão para a Igualdade da central sindical, defendeu que “é urgente dar visibilidade ao problema das doenças profissionais relacionadas com o trabalho, designadamente as lesões músculo-esqueléticas que afetam maioritariamente as mulheres trabalhadoras”.

Para que tal aconteça, considerou prioritário articular as exigências globais de prevenção da segurança e saúde no trabalho com a intervenção sindical no combate às doenças profissionais.

O desenvolvimento de um Plano Nacional de Acção e a alteração e melhoria da atual legislação são outras das prioridades da CGTP nesta área.


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