Poder de compra dos portugueses está pior do que há 10 anos

Na última década, Portugal recuou no indicador de paridade de poder de compra face à média da União Europeia. Está atrás de países como a Estónia e a Lituânia.

O Produto Interno Bruto (PIB) per capita, expresso em paridades de poder de compra, fixou-se em 79,2% da média da UE em 2019. Corresponde a uma ligeira melhoria face a 2018, mas está aquém do valor registado em 2009, de 83,1%, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Entre os 19 Estados-membros que integram a zona euro, Portugal ocupava em 2019 a 16ª posição, abaixo da Estónia (83,8%), da Lituânia (83,5%) e à frente da Eslováquia (68,2%), Letónia (69,1%) e Grécia (66,5%).

O Luxemburgo registou o índice mais elevado, de 260,1% entre os 37 países analisados, “mais de duas vezes e meia acima da média da UE27 e cerca de cinco vezes maior que o da Bulgária (53%), o país da UE com o valor mais baixo”, explicou o INE.

O índice foi elaborado com base em informação sobre preços de um cabaz comum de bens e serviços de 37 países europeus.

O Fundo Monetário Internacional prevê uma quebra do PIB português de 10% em 2020, enquanto o Banco de Portugal aponta para uma contração de 8,1% neste ano.

Portugal irá receber fundos comunitários da ordem dos 45,1 mil milhões de euros para fazer face à forte crise. “Boa parte da bazuca vai ser canalizada para despesa não produtiva – como os hospitais”, lamentou o mesmo economista.

A ‘bazuca’ – como é conhecido o pacote de verbas comunitárias – chega a Portugal numa altura em que a dívida pública do país atingiu um nível recorde.