Vila do Conde propõe-se a Queimar o Judas nos quintais

A Queima do Judas de Vila do Conde, um espetáculo performativo de rua que já se tornou tradição em véspera de Páscoa, tem em curso a sua 16.ª edição.
A programação, que se estende até ao próximo dia 3, passa do espaço público para as plataformas digitais – e para casa de quem quiser aderir.

Todos são convidados a participar no evento, que tem como tema a liberdade de criação, e presta homenagem a Armando Ramalho, poeta popular de Vila do Conde, falecido em 2017, que vai ser lembrado através de textos de outros criadores, na revista fanzine “Sentença”. Em sua homenagem, haverá ainda partilha de vídeos performativos, protagonizados por músicos e autores, nas plataformas digitais oficiais (Youtube, Facebook e Instagram).

A celebração, que já na edição anterior foi adaptada ao contexto de pandemia, conta, neste ano, com o “kit Judas Família”. Ou seja, as famílias são convidadas a criar flores-catavento e a exibi-las nas varandas, como símbolo de renovação e início de um novo ciclo, até ao culminar do evento, no dia 3. Nessa noite, realiza-se o espetáculo produzido pela Nuvem Voadora – Associação Cultural, no qual a população também é chamada a participar. O desafio é erguer o próprio “Judas no Quintal” e cumprir o ritual aí, na varanda ou no terraço, partilhando as imagens na Internet.

Nesse mesmo dia, é também recriada uma radionovela, envolvendo coletividades do município, atores e músicos. Essa narrativa teatral sonora, carregada de sátira e de humor, é uma estreia na Queima do Judas de Vila do Conde. Mas há uma tradição que se mantém: a Queima e leitura do testemunho de Judas, à meia-noite. O texto, inspirado em contributos anónimos de populares, é dado a conhecer através das redes sociais do evento.