Em quatro anos, pelo menos 67 crianças que já tinham sido adotadas ou estavam em período de pré-adoção voltaram às casas de acolhimento. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias.
Desde 2016, foram adotadas em Portugal 935 crianças. Ao JN, investigadores e técnicos reconhecem o problema e criticam a falta de acompanhamento depois da adoção.
Em 2021, arranca um projeto-piloto que vai monitorizar as necessidades de 270 famílias adotantes que serão acompanhadas durante três anos.
O tempo médio de acolhimento para as crianças e jovens à guarda do Estado baixou em 2019 para 3,4 anos, segundo o relatório CASA 2019, que revela também problemas comportamentais e de saúde mental entre os acolhidos.
O relatório, entregue no início de outubro à Assembleia da República, faz um retrato do acolhimento de crianças e jovens em Portugal a 01 de novembro de 2019, data em que se contabilizavam 9.522 crianças e jovens que passaram pelo sistema nesse ano, das quais 7.046 (mais 0,2% do que em 2018) ainda se encontravam em acolhimento e 2.476 já tinham saído. Em 2019 entraram no sistema de acolhimento 2.498 crianças e jovens.
Entre as institucionalizadas destacam-se problemas de comportamento em 28% das crianças e jovens, ainda que na maioria dos casos (71%) seja problemas de caráter ligeiro”¸ associados ao desenvolvimento na adolescência, particularmente no aspeto que corresponde à impulsividade, atitudes de desafio, oposição, e fugas breves”
“Em seguida surgem os problemas médios com uma expressão de 25%, os quais são caracterizados por agressões físicas, fugas prolongadas, pequenos furtos e destruição de propriedade sem grandes prejuízos. Os problemas graves, com uma representação de 3%, correspondem a situações como roubos com confrontação da vítima, utilização de armas brancas, destruição de propriedade com prejuízos consideráveis e atividade sexual forçada”, lê-se no documento.