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Zoo de Santo Inácio em Gaia ajuda animais a ultrapassar ausência de visitantes

Escrito por em Março 1, 2021

Sem os habituais estímulos visuais e auditivos dos visitantes, os animais do Zoo de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia, tiveram “mudanças de comportamento”, estando a equipa a reforçar algumas atividades para colmatar essa ausência.

A situação do zoo de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia, é “viável”, especialmente em comparação ao primeiro confinamento, mas a pergunta que Teresa Guedes, diretora do espaço, colocou em entrevista à agência Lusa foi: “Até quando?”

A esperança é que as portas do zoo voltem a abrir-se “logo após a Páscoa”, em abril, até porque as habituais “gargalhadas dos visitantes já fazem falta”, tanto aos trabalhadores, como aos animais.

Habituados à constante movimentação de pessoas, estes animais selvagens mas em cativeiro têm sentido a notória falta daqueles que os visitavam diariamente.

“Há uma mudança de atitude e comportamento que se nota nas fases de transição, quando temos visitantes e deixamos de ter, e quando passamos a ter novamente”, afirma Carla Monteiro, médica veterinária do zoo.

Sem estímulos visuais, auditivos ou olfativos, os animais “estão mais calmos, dormem mais e passam mais tempo sossegados”.

Para compensar a falta de estímulos, a equipa do zoo tem trabalhado em “enriquecimentos” e interage com os animais tanto através do corredor técnico como do lado dos visitantes.

Do mesmo modo que o confinamento mostrou a necessidade de se aumentarem algumas práticas, a pandemia reforçou a importância de se manterem certos cuidados com os animais, uma vez que “o risco de transmissão existe”.

“Nós temos interação com o animal, mas evitamos ao máximo o contacto direto. Tivemos um parto recente e estávamos todos equipados, com luvas, botas, máscaras. Desde março que temos esses procedimentos”, esclarece a veterinária.

“Manter o instinto selvagem dos animais sempre foi uma das missões do zoo”, que devido à pandemia e minimização de contactos acabou por se acentuar, afirma Teresa Guedes.

“Não vão ser estes os animais devolvidos à natureza, caso seja preciso, mas poderão ser os seus netos ou bisnetos, não sabemos, por isso, quanto mais natural o comportamento do animal for e quanto mais longe do humano melhor”, disse.

Neste espaço, onde habitam 600 animais de 200 espécies distribuídos por 15 hectares, juntar-se-ão em abril novos companheiros provenientes do zoo de Lagos e de zoos de França para “reproduzir e melhorar os grupos”.

“Os novos animais vão completar grupos para reproduzir e também melhorar, porque os alguns animais não gostam de estar sozinhos”, revela Teresa Guedes.

Enquanto a equipa do zoo aguarda, tanto por visitantes como por novos animais, estão a ser “melhorados e ampliados alguns serviços” como a entrada, loja e bilheteira.

“Vamos condensar tudo numa área mais ampla, para garantir também que as pessoas estão mais afastadas. Pretendemos ter isso pronto para a Páscoa”, esclarece.

O desejo de Teresa Guedes é que “este ano seja melhor do que 2020”, ano em que receberam 135.000 visitantes (menos 22% do que em 2019), e que “traga de volta as gargalhadas das crianças, dos adultos e volte a reunir toda a equipa” composta por 42 pessoas, 28% das quais em casa em lay-off.


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