Torneio ATP: Três portugueses juntam-se a trio de compatriotas
Escrito por admin em Novembro 26, 2020
Gonçalo Oliveira, Nuno Borges e Gastão Elias receberam esta quinta-feira os três ‘wild cards’ disponíveis para o quadro principal de singulares do Maia Open 2020, torneio do ATP Challenger Tour organizado pela Federação Portuguesa de Ténis com o apoio da Câmara Municipal da Maia, entre os dias 28 de novembro e 6 de dezembro, no Complexo de Ténis da Maia.
O Maia Open 2020 será realizado de acordo com todas as regras sanitárias definidas pela Direção-Geral da Saúde e o Governo.
A grande novidade nesta matéria resulta de a competição decorrer sem público nas bancadas, embora com transmissão pela internet.
A entrada de jogadores e staff estará condicionada à apresentação de um teste negativo à covid-19, sendo obrigatórias novas testagens na segunda (30 de novembro) e na quinta-feira (3 de dezembro).
Nas instalações do torneio estarão sempre presentes um médico e um enfermeiro, tendo sido criadas salas de isolamento tanto no complexo de ténis, como no hotel oficial.
Os três convites a Gonçalo Oliveira, Nuno Borges e Gastão Elias foram anunciados na conferência de apresentação online que aconteceu esta quinta-feira e na qual marcaram presença Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, António da Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia, António Paes de Faria, presidente da Associação de Ténis do Porto, João Maio, diretor do torneio, Carl Baldwin, supervisor da ATP, e o tenista Nuno Borges.
Nascido na Maia, Nuno Borges jogará pela segunda vez o quadro principal do Maia Open e este ano até dá a cara à imagem do torneio, fator que não passou despercebido na conferência de imprensa: “É intimidante. Penso no que os jogadores vão achar ao ver ali a minha cara, porque não sou um dos mais cotados. Sinto-me feliz e honrado por ser a imagem do Maia Open, que se joga no clube onde sempre treinei. Este é um torneio muito importante e está ainda mais forte do que no ano passado. Sinto-me seguro com as ótimas condições que nos são dadas pela organização.”
Atualmente com 23 anos, o jogador da Escola de Ténis da Maia está, apesar de todas as particularidades e obstáculos de 2020, a realizar a melhor temporada da carreira e no início do mês entrou pela primeira vez no top 400 do ‘ranking’ ATP (é o 398.º). Nos oito torneios ITF que realizou desde janeiro, o maiato conquistou três títulos (em Monastir, Sintra e na Quinta do Lago) e alcançou outras três finais (no Porto, em Setúbal e em Vale do Lobo). Pelo meio, brilhou no ATP Challenger Tour ao somar a melhor vitória da carreira em pleno Lisboa Belém Open, onde derrotou o então número 113 ATP (e ex-top 30) Damir Dzumhur.
No caso de Gonçalo Oliveira, esta será a primeira participação no Maia Open. Natural da cidade do Porto, o tenista de 25 anos reside na região algarvia e tem vindo a rechear o currículo de títulos: tem 7 na variante de singulares (todos em torneios ITF) e 33 em pares (10 deles no ATP Challenger Tour), ocupando atualmente a 285.ª posição no ranking individual e a 84.ª no de pares.
Quanto a Gastão Elias, é o mais experiente dos três convidados para o quadro principal deste Maia Open: nascido na Lourinhã, celebrou há dois dias o 30.º aniversário e foi um dos seis tenistas portugueses a chegar ao top 100 do ranking mundial masculino (57.º em outubro de 2016), contando com nada mais, nada menos do que 16 finais de singulares disputadas no ATP Challenger Tour.
Dessas, venceu sete e por isso persegue, juntamente com o amigo Pedro Sousa, o recorde português de Rui Machado, que ao longo da carreira conquistou oito títulos de singulares neste circuito.
Depois de duas épocas fustigadas por lesões, Elias regressou em grande ao circuito na retoma da competição ao atingir uma final em Sintra e conquistar o título no Porto (num ITF de 25 mil dólares, onde derrotou Borges), tendo atingido as meias-finais em Vale do Lobo. Os bons resultados valeram-lhe a subida ao 427.º posto ATP, mas faltou-lhe alguma sorte nas mais recentes participações em torneios Challenger: em Lisboa foi travado por Pedro Sousa, segundo cabeça de série e 111 ATP à data, e em São Paulo, no início desta semana, pelo grande favorito da casa, Thiago Monteiro (84.º ATP).
Gonçalo Oliveira, Nuno Borges e Gastão Elias juntam-se aos compatriotas Pedro Sousa (113.º), João Domingues (176.º) e Frederico Silva (203.º), que entraram diretamente no quadro principal.
Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, enalteceu “a presença dos melhores jogadores portugueses à exceção do João Sousa, que deixou de jogar torneios Challenger há muitos anos”, bem como de “uma grande qualidade nos jogadores inscritos que resulta da realização do torneio na última semana do calendário ATP.”
Para o responsável federativo, “não sendo possível organizar o Millennium Estoril Open é um motivo de grande orgulho, num ano tão difícil, termos conseguido realizar parcerias com duas Câmaras Municipais para organizar dois eventos do ATP Challenger Tour, primeiro o Lisboa Belém Open e agora o Maia Open, que acabam por ser os dois torneios mais importantes a acontecer em Portugal em 2020.
“Dada a pandemia, estas provas têm um conjunto de medidas de segurança impostas pela ATP que vão além das que a DGS impõe em Portugal”, observou Vasco Costa, antes de destacar “as excelentes condições que a Maia tem para realizar um torneio de natureza indoor nesta altura do ano.”
António da Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia, endereçou votos de sucesso ao torneio e referiu que “o Maia Open inscreve a marca Maia no panorama mundial da modalidade, dando notoriedade internacional à imagem do município.”
O autarca agradeceu à Federação Portuguesa de Ténis “a confiança e o empenho com que organiza este torneio” em conjunto com a Câmara Municipal da Maia.
Silva Tiago salientou “o profissionalismo, o rigor e a qualidade” que deixa os maiatos mais tranquilos no que se refere a todas “as regras e preocupações de segurança que a realização deste evento atualmente exige”.