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Óbito de Carlos do Carmo: Ministra da Cultura lembra “uma das maiores referências do fado”

Escrito por em Janeiro 1, 2021

Carlos do Carmo morreu hoje, aos 81 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, recordou hoje Carlos do Carmo como “uma das maiores referências da interpretação do fado, que mostrou sempre uma especial preocupação com a divulgação desta forma de música”.

Graça Fonseca reagia assim à morte de Carlos do Carmo, hoje, em Lisboa, na conta oficial do Ministério da Cultura, na rede social Twitter.

Em 09 de novembro de 2019, quando foi concedida a Medalha de Mérito Cultural a Carlos do Carmo, no dia em que o fadista dava o seu último concerto, no Coliseu de Lisboa, o Governo português destacou o seu “inestimável contributo” para a música portuguesa.

“Num gesto simultâneo de agradecimento e de reconhecimento pelo inestimável trabalho de uma vida dedicada à divulgação do Fado e da música portuguesa, difundindo em Portugal e no estrangeiro a cultura e a língua portuguesas, ao longo de mais de cinquenta anos, entende o Governo Português prestar pública homenagem a Carlos do Carmo, concedendo-lhe a medalha de mérito cultural”, lia-se no texto biográfico.

No mesmo dia em que o Governo entregava a medalha ao fadista, num artigo publicado no semanário Expresso, o primeiro-ministro, António Costa, escrevia: “Seguramente que o mais notável contributo de Carlos do Carmo para a Cultura portuguesa é a forma como militantemente renovou o fado e o preparou para novas colheitas. Sim, Carlos do Carmo não é só um notável fadista, que o público, a crítica e um Grammy consagraram. Desde logo, porque canta muito mais que o fado, como os tributos que presta aos seus ídolos Brel ou Sinatra bem demonstram. Mas porque é mesmo um militante do fado”.

António Costa sustentou que foi com militância que Carlos do Carmo “libertou o fado do estigma de símbolo da ditadura e o renovou no Portugal de Abril”.

Carlos do Carmo morreu hoje, aos 81 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse o seu filho Alfredo do Carmo à agência Lusa.

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, Carlos do Carmo era filho da fadista Lucília do Carmo (1919-1998) e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, em Lisboa, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.

Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, na Alemanha, do ‘Canecão’, no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.

Despediu-se dos palcos em 09 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

A discográfica Universal anunciou a publicação do seu derradeiro álbum, “E Ainda?”, para o passado mês de novembro, mas é ainda aguardada a sua chegada às lojas.

Neste disco, Carlos do Carmo canta também Herberto Hélder, Sophia de Mello Breyner Andresen, Hélia Correia, Júlio Pomar e Jorge Palma, que junta aos poetas do seu repertório.

(Notícia publicada em Maia Primeira Mão)


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